Isadora Brant/Folha
A semana terminou sem que Eduardo Cunha recobrasse a memória sobre as contas que abriu na Suíça. A insistência com que o deputado continua negando tudo o que está na cara lhe valeu uma posição de destaque no panteão do cinismo. Foi acomodado à direita de Paulo Maluf. A comparação deixou Maluf abespinhado. “Você viu algum documento meu? Cartão de crédito? Viu cheque? Algum extrato?”, indagou o modelo de Cunha.
Responsável pelas investigações que desbarataram as malufagens que desviaram verbas da prefeitura de São Paulo para contas bancárias no estrangeiro, o promotor Silvio Marques diz que foram encontradas, sim, assinaturas de Maluf em papeis de empresas donas de contas na Suíça. Encontrou-se também, segundo ele, o jemegão de Flávio Maluf, filho do deputado, em documentos que autorizaram movimentações em contas abertas no paraíso fiscal britânico de Jersey.
– Moral: as más companhias podem fazer com que pessoas consideradas péssimas se sintam muito melhores do que são.