Juiz federal Sérgio Moro, que conduz Operação Lava Jato, aceitou nesta terça-feira, 28, acusação do Ministério Público Federal e determinou abertura de ação penal contra o empresário Marcelo Bahia Odebrecht, que comanda a Construtora Odebrecht, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro; além dele, outras 12 pessoas ligadas à Odebrecht e à Petrobras também responderão à ação penal; segundo despacho de Moro, Marcelo Odebrecht “estaria envolvido diretamente na prática dos crimes, orientando a atuação dos demais”; Moro apresenta mensagens de telefone celular, anotações pessoais e documentos enviados por autoridades suíças como provas de que Marcelo teve participação no pagamento de propinas a diretores da Petrobras; é a primeira ação penal contra o maior empresário do País
Paraná 247 – O juiz federal Sérgio Moro, que conduz Operação Lava Jato, aceitou nesta terça-feira, 28, acusação do Ministério Público Federal e determinou abertura de ação penal contra o empresário Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da Construtora Odebrecht, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Além do maior empresário do País, também viraram réus na decisão Marcio Faria da Silva, Rogério Araujo, César Ramos Rocha, Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Paulo Boghossian, o doleiro Alberto Youssef, o operador Bernardo Freiburghaus, os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviço), o ex-gerente de Engenharia estatal Pedro Barusco e o funcionário da estatal Celso Araripe D‘Oliveira.
Em seu despacho, Sérgio Moro afirma que Marcelo Odebrecht “estaria envolvido diretamente na prática dos crimes, orientando a atuação dos demais”. Segundo ele, a prática estaria evidenciada nas mensagens de Marcelo em seu telefone celular e anotações pessoais, apreendidas no curso das investigações.
Esta é a primeira ação penal contra Marcelo Odebrecht, que está preso desde 19 de junho. A empreiteira nega envolvimento com o cartel instalado na Petrobras e pagamento de propinas. Para o juiz Sérgio Moro, entretanto, o pagamento das propinas foi feito entre dezembro de 2006 a junho de 2014, principalmente por meio de depósitos no exterior. No total, segundo a decisão de Moro, teriam sido efetuados depósitos de US$ 9.495.645,70 para Paulo Roberto Costa, US$ 2.709.875,87 para Renato Duque e de US$ 2.181.369,34 para Pedro Barusco.
Para Sérgio Moro, a base das ações contra Odebrecht não é advinda apenas de delação premiada. “Em especial, a documentação vinda da Suíça, com, em cognição sumária, a prova material do fluxo de contas controladas pela Odebrecht a dirigentes da Petrobrás, é um elemento probatório muito significativo, sem prejuízo da discussão pelas partes e apreciação final pelo Juízo”, anotou o juiz da Lava Jato.