Várias questões envolvem a morte do ator da Globo, no último dia 15 de setembro. Já se falou que o local não tinha sinalização e que outras pessoas também já perderam a vida ali. E havia ainda um outro quesito que foi meio deixado de lado que era a questão do aumento da vazão do rio.
O local onde Montagner se afogou fica a cerca de dois quilômetros da hidrelétrica de Xingó. Assim, existe um aumento ou diminuição do fluxo de água de acordo com a necessidade de mais ou menos energia. Essa mudança do volume altera a velocidade da água, o que provoca uma correnteza mais forte e redemoinhos. Havia uma dúvida se Montagner não havia entrado na água no exato momento em que acontecia um aumento de fluxo. A dúvida foi esclarecida pelo site The Intercept Brasil, do jornalista Glenn Greenwald. A página conseguiu documentos comprovando que houve mesmo uma alteração no fluxo do rio na hora em que o ator nadava.
Segundo a documentação, a usina provocou um aumento na vazão entre 13h e 14h. Os dados são da própria Companhia Hidro Elétrica do São Francisco. O site conta que o primeiro chamado de socorro recebido pelos bombeiros foi às 13h56, o que nos mostra que o ator estava na água quando houve a mudança no fluxo causado pela usina.
Apesar disso, lembra o Intercept, não dá para cravar que o aumento do fluxo tenha causado a morte de Montagner, uma vez que aquele trecho do rio é realmente perigoso.
Mas é aí que entra uma vez mais a questão da responsabilidade do Estado, da prefeitura ou quem quer que seja. Aquela região não poderia mesmo estar sem sinalização. Parece que todo mundo que vive ali sabe dos perigos que há naquele trecho do São Francisco, mas o lugar recebe também muitos turistas de outras partes do país. Então, a sinalização era obrigatória. Isso sim foi determinante para a morte do Domingos.
R7