O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) disse, na manhã desta quarta-feira (4/5), que os funcionários públicos que se mobilizam para entrar em greve, em virtude de reajustes salariais, precisam ter paciência. Isso porque o Brasil ainda se recupera do baque econômico gerado pela pandemia da Covid-19.
“Não tem dinheiro, né? É uma realidade. Nós, que somos funcionários públicos, temos de entender que o aumento salarial só pode ocorrer se tiver aumento da nossa arrecadação consistente com o aumento do PIB”, disse o vice-presidente.
De acordo com Guedes, o governo precisa “ficar firme”. “Sem isso, é como Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos, até explodir a barragem e todos morrerem na lama”, disse o ministro sobre o assuntoFábio Vieira/Metrópoles
O governo Bolsonaro vive período conturbado com alguns servidores públicos. Tudo começou depois que foi anunciado reajuste salarial para policiais, mas o aumento financeiro de outras categorias ficou de fora dos planosHugo Barreto/Metrópoles
O aumento salarial para a área da segurança partiu de uma demanda do próprio presidenteGustavo Moreno/Especial Metrópoles
No fim de 2021, antes da votação do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA), o Ministério da Economia enviou um ofício ao Congresso Nacional pedindo que fossem reservados R$ 2,5 bilhões para reajustes salariais em 2022Thiago S. Araújo/Especial para o Metrópoles
No entanto, o orçamento enviado só prevê correção salarial para a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen)Matheus Veloso/Especial Metrópoles
Como consequência, servidores da Receita Federal e do Banco Central começaram a entregar cargos, em protestoMarcelo Camargo/Agência Brasil
Além disso, o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), composto por mais de 30 categorias, programou para 18 de janeiro o Dia Nacional de Mobilização. A intenção é pressionar o governo a conceder reajuste para todos os servidoresMorsa Images/ Getty Images
Sem resposta, servidores públicos de mais de 40 órgãos federais realizaram, no dia 18 de janeiro, protestos em frente ao Banco Central e ao Ministério da Economia, em Brasília, cobrando por reajustes com base na correção da inflaçãoMmeEmil / Getty Images
Em meio à repercussão, Bolsonaro chegou a afirmar que todos os servidores merecem aumento. Contudo, em nenhum momento especificou se outras categorias, além da segurança pública, receberiam o reajusteRafaela Felicciano/Metrópoles
A pressão do funcionalismo público por aumento salarial tem preocupado a equipe econômica. O ministro Paulo Guedes, no entanto, não esconde que é contra qualquer reajusteRafaela Felicciano/Metrópoles
De acordo com Guedes, o governo precisa “ficar firme”. “Sem isso, é como Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos, até explodir a barragem e todos morrerem na lama”, disse o ministro sobre o assuntoFábio Vieira/Metrópoles
O governo Bolsonaro vive período conturbado com alguns servidores públicos. Tudo começou depois que foi anunciado reajuste salarial para policiais, mas o aumento financeiro de outras categorias ficou de fora dos planosHugo Barreto/Metrópoles
O general salientou que o país passa por momentos difíceis, principalmente por causa da pandemia da Covid-19, que, segundo ele, “trouxe problemas sérios para o mundo todo”.
“Nós estamos saindo de dois anos difíceis, com uma pandemia e com problemas sérios no mundo, como um todo, [além dos] reflexos do conflito lá no Leste Europeu. Então, as pessoas têm de entender – nós, funcionários públicos – que não perdemos o emprego. Muita gente perdeu o emprego. Então, não está bom o salário? Não está, mas vamos esperar a oportunidade pra que isso possa ser equalizado”, ponderou.
Protagonistas no embate de reajustes salariais, as categorias policiais não foram descartadas por Mourão. Para o vice, todos os servidores precisam ter paciência.
“O presidente tomou uma ideia inicial que ele recua, né? Então, hoje, qual é a decisão que ainda não está efetivamente oficializada? Um aumento linear para todo mundo de 5%. Ah, é o necessário? Não, não é o necessário, mas é o possível”, argumentou.
Mourão vê com normalidade as pressões por garantias salariais, mesmo porque elas não saem de pauta. “Nunca ninguém está satisfeito com seu salário. É uma realidade, né? Todo mundo quer ganhar um pouquinho mais, né? Todos nós queremos isso. Aquela história, o patrão ele paga quando ele aumenta lá o rendimento dele. Essa é a realidade”, completou o militar.