Ex-presidente defendeu ontem, durante reunião no Palácio da Alvorada com a participação do vice Michel Temer e de vários ministros, o “ingresso pleno” do PMDB no governo, com a entrega da coordenação política ao principal aliado no Congresso; nome mais falado entre os petistas é o do ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves; “O PMDB sinalizou hoje ao governo”, no entanto, afirma a colunista do 247 Tereza Cruvinel, “que não tem interesse pela coordenação política. Mas deve ter interesse no tal ‘ingresso pleno‘, que pode lhe garantir mais e melhores pastas, como a da Integração Nacional”; partido “vem dificultando o avanço desta recomposição com manifestações hostis, como a de hoje, ao propor uma reforma política culpando o PT e o governo por não ter sido ela aprovada até hoje”
Por Tereza Cruvinel, do 247
Em reunião ontem à noite no Alvorada, com a participação do ex-presidente Lula, do vice Michel Temer e de vários ministros da presidente Dilma, a mudança na coordenação política foi discutida abertamente, com o ex-presidente voltando a sugerir o “ingresso pleno” do PMDB no Governo. Lula defendeu a entrega da coordenação política ao aliado. Como já dissemos em outra coluna, o nome mais falado entre os petistas que apoiam a tese é o do ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, agora livre de acusações no âmbito da Lava Jato.
O PMDB sinalizou hoje ao governo que não tem interesse pela coordenação política. Mas deve ter interesse no tal “ingresso pleno” , que pode lhe garantir mais e melhores pastas, como a da Integração Nacional. Com isso, Dilma pode optar por um nome de outro partido aliado para a coordenação política. Lula lembrou suas boas experiências com aliados como José Múcio e Aldo Rebelo no posto.
O PMDB, entretanto, vem dificultando o avanço desta recomposição com manifestações hostis, como a de hoje, ao propor uma reforma política culpando o PT e o governo por não ter sido ela aprovada até hoje. Ou com declarações como a de Eduardo Cunha, de que a corrupção está no Poder Executivo, o que acabou ensejando aquela resposta de Dilma, de que a velha senhora está por toda parte.
Mas este é o caminho, tanto para o PT como para os aliados. Lula e Temer vão ter que trabalhar mais neste sentido.