Encontro acontece pouco antes da assembleia dos policiais civis, marcada, inicialmente, para 14h, na Praça do Buriti
Isa Stacciarini
Carlos Moura/CB/D.A Press
Em frente ao Palácio do Buriti, os policiais civis colocaram cruzes no chão e ergueram um boneco inflável do governador Rodrigo Rollemberg travestido de Pinóquio
O Governo do Distrito Federal (GDF) e o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol) e dos delegados (Sindepo) se reuniram, na tarde desta sexta-feira (16/9) no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), para tentar negociar o reajuste da corporação. Porém, a proposta inicial do GDF é de 7,5% em outubro de 2017; 8% em outubro de 2018; 8,5% em outubro de 2019; e 8,5% em outubro de 2020 acabou rejeitada.
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Na assembleia, logo após o encontro, o presidente do Sinpol, Rodrigo Franco, criticou a postura do GDF. “Mais uma vez o GDF recua na proposta. Tanto é que o impacto dessa (proposta) é menor que a primeira apresentada. Todas as carreiras tiveram 100% de composição, menos nós”, alegou. “O que nós queremos é a manutenção da isonomia com a Polícia Federal seja mantida. O que o GDF está propondo é justamente a quebra dessa paridade”, completou.
O clima de rejeição podia ser percebido ainda na audiência pública, quando representantes da categoria já haviam sinalizado a rejeição da proposta do Executivo local. Delegados fizeram uma contraproposta ao GDF e sugeriram reajuste de 10% em junho de 2016; 11,5% em junho de 2018; e 13% em junho de 2019. As categorias cobram a manutenção da paridade com a Polícia Federal, que teve aprovação de 37%. Na visão dos sindicalistas, o GDF está diluindo os percentuais em quatro anos, apenas nos meses de outubro, enquanto a Polícia Federal deve conseguir os 37% nos três próximos anos a partir de janeiro.
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) mediou o encontro no TJDFT e sugeriu uma terceira proposta. Pediu que o GDF verificasse a possibilidade de apreciação das seguintes implementações: 7% em outubro de 2017; 10% em outubro de 2018; 10% em outubro de 2019 e o restante em um período a ser verificado pelo Executivo local em 2020.
No entendimento do presidente em exercício do Sindepo, Rafael Sampaio, mais uma vez o governo não mostra boa vontade de resolver a crise na Polícia Civil. “Até 2019 o impacto é menor do que a da Polícia Federal. Apresentamos uma contraproposta que eles (governo) rejeitaram. A nossa posição é que o GDF está sendo intolerante com a Polícia Civil, tendo em vista que ele está repassando o impacto para o governo seguinte.”
Segundo o secretário de Fazenda, João Fleury, não há nenhuma falta de boa vontade do GDF para resolver a crise da polícia civil. “Pelo contrário, na perspectiva do governo nós fizemos quatro propostas e todas elas com valores maiores reduzindo os prazos. Estamos evoluindo favoravelmente à corporação. A proposta do governo federal para a Polícia Federal, que ainda precisa ser aprovada, oferece 23% de reajuste a partir de janeiro de 2017. Para o GDF não há a menor possibilidade disso. O nosso déficit até o fim do ano é da ordem de R$ 900 milhões”, alegou.
Até quarta-feira (21/9) os sindicatos tentarão um acordo extrajudicial com o governo para ver se consegue ajustar e melhorar os percentuais.