PSDB dá de barato que Dilma não vai até 2018

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Josias de Souza
Em sua convenção nacional, o PSDB revelou-se um partido a caminho do rio. Cuida para não tirar os sapatos antes de chegar à margem. Mas, tomado pelos discursos, não parece se dirigir ao Rubicão para pescar. Fernando Henrique Cardoso resumiu a cena assim:

“Nós não somos os donos, nesse momento, do que vai acontecer nas semanas seguintes, nem nos meses seguintes. Nós somos donos de nós próprios, da nossa consciência… E estamos prontos, sim, dependendo das circunstâncias, para assumir o que vier pela frente, porque o PSDB sabe governar.”

Reeleito presidente do PSDB, Aécio Neves insinuou que, na prática, a principal poltrona do Planalto já está vazia. “Devido a seus erros crassos e frequentes, a presidente não governa mais. Ela vê, a cada dia, o seu poder se esvair.”

Aécio falou aos convencionais do PSDB como se farejasse para breve a convocação de novas eleições, com a cassação de Dilma e seu vice, Michel Temer, pela Justiça Eleitoral. O senador chegou mesmo a cantar vitória. “Se prepararem! Dentro de muito pouco tempo, não seremos mais oposição. Vamos ser governo, para limpar a lambança que o PT fez em todas as áreas da administração pública.”

O senador José Serra também tratou a gestão Dilma como terminal. “Nós temos hoje um governo fraco, incapaz de reverter essa situação. É o mais fraco governo de que eu tenho memória em toda a minha vida.” Serra comparou Dilma ao ex-presidente João Goulart, o Jango, cujo mandato foi interrompido por um golpe militar.

“Muitas vezes se pergunta: ah, e o Jango, em 64? O Jango era de uma solidez granítica perto do governo Dilma. Ele pelo menos sabia escolher gente. Naufragou, o Brasil ficou com inflação alta, ele foi derrubado e tudo mais… Mas, perto da Dilma, o Jango era um gigante na administração.”

Serra cuidou de esclarecer que não deseja para Dilma um epílogo militar. Citando uma frase do ex-senador carioca Nelson Carneiro, disse esperar por uma solução política. “Nelson me disse uma vez: em política, às vezes, a menor distância entre dois pontos não é uma linha reta, é o entendimento político. E é por esse entendimento que nós temos que trabalhar, para fazer um grande sistema de forças que permita recolocar o Brasil na trajetória da democracia…”

A ideia de entendimento político sugere a abertura de muitas portas. Entre elas a de um eventual acordo da oposição com o PMDB do vice-presidente Michel Temer. Algo que contemplasse a saída apenas de Dilma. Nessa fórmula, Temer completaria o mandato, apoiado pela oposição.

A perspectiva de disputar o Planalto novamente faz com que Aécio tome distância dessa fórmula sugerida por Serra. Para Aécio, a verba suja que financiou a campanha de Dilma contaminou também o seu vice: “Os sucessivos escândalos que aí estão consolidam a ideia de que se instalou no Brasil um modos operandi organizado e sistematizado em que vale tudo para se manter no poder, e que agora coloca sob gravíssima suspeição a campanha que elegeu a atual presidente da República e seu vice‘‘, disse.

Aliado de Aécio e também avesso à tese do “grande acordo”, o senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, sugeriu na convenção tucana que a legenda dê um passo à frente. “O caminho da mudança está posto pela Constituição e pela lei eleitoral, que será a convocação de novas eleições”, disse.

Cássio prosseguiu: “Proponho a esta convenção que o PSDB possa formalmente deliberar sobre a defesa aberta da realização de novas eleiçoes no país, para que o novo governo, legitimado pela soberania do voto popular, tenha condições de fazer as mudanças. Vamos levar às ruas do país a bandeira das novas eleições. É a saída democrática, institucional, que respeita a soberania do povo.”

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