Recado direto – Celso de Mello: Delinquência governamental enfraquece instituições 13.09.2016

WhatsApp
Facebook
Twitter

Wilson Dias Wilson Dias

MINISTRO CELSO DE MELLO FEZ DURO DISCURSO NA FRENTE DE LULA

MINISTRO DISSE QUE GRAVÍSSIMOS DESAFIOS TAMBÉM REPERCUTEM NO STF
Em um discurso contundente, o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, disse nesta segunda (12), que a Corte se depara com “gravíssimos desafios”, não devendo perder a condição de “fiel depositário da permanente confiança do povo brasileiro”. Ao comentar o cenário político nacional, Celso de Mello atacou a “criminalidade organizada” e a “delinquência governamental”, ressaltando que a corrupção enfraquece as instituições e compromete a sustentabilidade do Estado.
O discurso de Celso de Mello foi proferido na solenidade de posse da ministra Cármen Lúcia, que presidirá STF pelos próximos dois anos. Em 2006, Cármen foi indicada à Corte pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acompanhou a solenidade em Brasília.

Além de Lula – que está na mira da Operação Lava Jato -, o duro discurso anticorrupção de Celso de Mello foi ouvido pelo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e pelo senador Edison Lobão (PMDB-MA), que também estão na mira de investigações de corrupção.

“Ninguém ignora que o Brasil enfrenta gravíssimos desafios, que também repercutem nesta Corte Suprema, a quem incumbe superá-los por efeito de sua própria competência institucional, sempre, porém, com respeito ao princípio essencial da separação de poderes”, disse Celso de Mello.

“O Judiciário não pode perder a gravíssima condição de fiel depositário da permanente confiança do povo brasileiro, que deseja preservar o sentido democrático de suas instituições e, mais do que nunca, deseja ver respeitada, em plenitude, por todos os agentes e Poderes do Estado, a autoridade suprema de nossa Carta Política e a integridade dos valores que ela consagra na imperatividade de seus comandos, sob pena de a instituição judiciária deslegitimar-se aos olhos dos cidadãos da República”, discursou o ministro.

Ao mencionar o escritor Tobias Barreto, o ministro disse que “um País em que o povo não é tudo, o povo, então, não será nada”.

Aliança

Sem mencionar diretamente a Operação Lava Jato, que apura um bilionário esquema de corrupção na Petrobras, Celso de Mello destacou “fatos notórios veiculados pelos meios de comunicação social, geradores de justa indignação popular, revelariam que se formou, em passado recente, no âmago do aparelho estatal e nas diversas esferas governamentais da Federação, uma estranha e perigosa aliança entre determinados setores do Poder Público, de um lado, e agentes empresariais, de outro, reunidos em imoral sodalício com o objetivo ousado, perverso e ilícito de cometer uma pluralidade de delitos profundamente vulneradores do ordenamento jurídico instituído pelo Estado brasileiro”.

Na avaliação do ministro, tais práticas delituosas afetam a estabilidade e a segurança da sociedade, “enfraquecem as instituições, corrompem os valores da democracia, da ética e da justiça e comprometem a própria sustentabilidade do Estado Democrático de Direito, notadamente nos casos em que os desígnios dos agentes envolvidos guardam homogeneidade, eis que dirigidos, em contexto de criminalidade organizada e de delinquência governamental”.

“A corrupção traduz um gesto de perversão da ética do poder e de erosão da integridade da ordem jurídica, cabendo ressaltar que o dever de probidade e de comportamento honesto e transparente configura obrigação cuja observância impõe-se a todos os cidadãos desta República que não tolera o poder que corrompe nem admite o poder que se deixa corromper”, completou o ministro.

Dirigindo-se aos cidadãos brasileiros, Celso de Mello afirmou que o STF “não transigirá nem renunciará ao desempenho isento e impessoal da jurisdição, fazendo sempre prevalecer os valores fundantes da ordem democrática e prestando incondicional reverência ao primado da Constituição, ao império das leis e à superioridade ético-jurídica das ideias que informam e animam o espírito da República”. O ministro foi bastante aplaudido pelas autoridades ao final do discurso.

Pacote

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também aproveito seu discurso para falar sobre o combate à corrupção e defender o pacote de 10 medidas legislativas sobre o tema, encaminhado ao Congresso pelo Ministério Público.

Janot afirmou que a Lava Jato demonstra “cabalmente a falência do nosso sistema de representação política”. Ele disse ainda que o Brasil se vê diante de duas saídas: a tentativa de abafar progressos, calando “os que bradam a verdade inconveniente, promovendo mudanças cosméticas”, ou a “autodepuração na busca de um novo arranjo democrático”.

“Sinto que chegamos ao ponto do nosso processo em que precisamos escolher com desassombro o caminho a seguir”, disse Janot.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Últimas Notícias

Screenshot_20241010_083144_WhatsApp
Nesta sexta-feira, café da manhã no Sinpfetro
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
Screenshot_20240916_193205_Gallery
Luto - Mauro Gomes de Souza
Screenshot_20240804_200038_Facebook
BEE GEES E O BULLYING - Jair Queiroz
Screenshot_20240730_075200_WhatsApp
Nota de pesar - OLINDINA FERNANDES SALDANHA DOS SANTOS
Screenshot_20240718_121050_WhatsApp
Luto - Adalberto Mendanha
Screenshot_20240714_160605_Chrome
Luto - Morre Dalton di Franco
Screenshot_20240702_125103_WhatsApp
Luto - Cleuza Arruda Ruas
Screenshot_20240702_102327_WhatsApp
Corpo de Bombeiros conduz o corpo do Colega Jesse Bittencourt até o cemitério.
Screenshot_20240701_163703_WhatsApp
Luto - Jesse Mendonça Bitencourt

Últimas do Acervo

Screenshot_20241020_205838_Chrome
Dez anos do falecimento do colega, Henry Antony Rodrigues
Screenshot_20241015_190715_Chrome
Oito anos do falecimento do colega Apolônio Silva
Screenshot_20241005_173252_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega Paulo Alves Carneiro
Screenshot_20240929_074431_WhatsApp
27 anos do falecimento do José Neron Tiburtino Miranda
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
07-fotor-202407269230
Vário modelos de Viaturas usadas em serviço pela PC RO
Screenshot_20240831_190912_Chrome
Dois anos da morte do colega Aldene Vieira da Silva
Screenshot_20240831_065747_WhatsApp
Quatro anos da morte do colega Raimundo Nonato Santos de Araújo
Screenshot_20240827_083723_Chrome
Quatro anos da morte do colega Altamir Lopes Noé
Screenshot_20240811_181903_WhatsApp
Cinco anos do falecimento do colega Josmar Câmara Feitosa

Conte sua história

20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
Sem título
Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular
cacoal
Cacoal nas eleições de 1978 - João Paulo das Virgens