Senado: nomeações no valor de R$ 600 mil geram embates na Casa

WhatsApp
Facebook
Twitter

cargos comissionados disputa lbv nomeação Poder Legislativo Senado servidor público
Senado: nomeações no valor de R$ 600 mil geram embates na Casa

O Instituto Legislativo Brasileiro (ILB) foi criado em 1997, pelo Senado Federal, com a missão de “formar e treinar os profissionais do Legislativo”. No entanto, atualmente, além da escola de governo, o local tornou-se centro de uma disputa de poder envolvendo políticos e funcionários. O motivo é apenas um: há quase três dezenas de cargos comissionados na entidade. No jogo político, essa é uma forma de alocar apadrinhados. E de forma muito bem-remunerada: o orçamento mensal dedicado apenas a salários na entidade chega a R$ 600 mil.

Na gestão atual, o instituto conta com 79 funcionários. Desses, 27 – ou seja, 34% – são comissionados. Os indicados recebem salários que variam de R$ 2 mil a R$ 18 mil. Desde que a nova leva de senadores assumiu mandatos e cargos de direção na Casa, no início deste ano, o ILB virou alvo de novas disputas.

O senador Sérgio Petecão (PSD-AC), primeiro-secretário da Casa, tenta, desde o dia 23 de abril, trazer para si as nomeações, por meio de um ato interno do Senado (veja abaixo). Desde quando ele assinou o documento, no entanto, a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, ligada ao senador e ex-presidente da Casa Renan Calheiros (MDB-AL), não procedeu com a sua publicação, o que impede as novas regras de entrarem em vigor.

O parlamentar foi eleito como primeiro-secretário do Senado em fevereiro e, na Casa, cabe ao comandante da secretaria acumular a função de presidente do Conselho de Supervisão do ILB também. Dessa maneira, Petecão, segundo aliados, acredita que só ele poderia nomear ou exonerar funcionários do local.

A disputa entre os dois, que levou à edição do ato, se acirrou quando, no início de abril, Ilana Trombka teria se recusado a exonerar cerca de 10 funcionários, mesmo após ordem de senadores. Insatisfeito com a atitude da diretora, Petecão assinou o texto.

Ato não publicado

O Metrópoles teve acesso ao ato do primeiro-secretário. Mas, quase 10 dias após o documento ter sido assinado pelo parlamentar, ele ainda não foi publicado no Boletim Administrativo do Senado Federal (Basf) e, enquanto isso não ocorrer, não terá valor de lei. No entanto, quem autoriza a publicação do boletim é a diretora-geral.

Questionada sobre o porquê de não ter publicado o documento no boletim administrativo, a diretora da Casa respondeu, via nota enviada pela comunicação do Senado, que “o citado ato encontra-se em análise para verificação das atribuições do presidente do Conselho de Supervisão do Instituto Legislativo Brasileiro, órgão este vinculado à Comissão Diretora do Senado Federal”.

A assessoria do senador Petecão, procurado pela reportagem, confirmou que ainda aguarda uma decisão da Diretoria-Geral. Já Ilana Tromba afirmou que “é importante esclarecer que não é verdadeira a afirmação de que tenha ocorrido qualquer desentendimento entre ela e o primeiro-secretário desta Casa Legislativa”.

Ilana está à frente da Diretoria-Geral desde 2015. Ela teria sido conduzida ao cargo pelo então presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL). No entanto, desde que o MDB perdeu a presidência da Casa para o DEM, de David Alcolumbre (AP), há movimentos internos para remover a servidora do posto. Alcolumbre preferiu o silêncio, até agora, para não se desentender com os outros partidos.

“Prefeito do Senado”

No Senado, o primeiro-secretário é conhecido também como prefeito. De acordo com o regulamento da Casa, ele tem a “missão institucional de superintender os serviços administrativos e realizar a supervisão geral, respeitadas as competências específicas dos demais membros da Mesa”. Esse posto, diferentemente da Diretoria-Geral, sempre é ocupado por um senador, estando abaixo apenas do presidente e dos vices da Câmara Alta.

Já Ilana é servidora concursada do Senado, mas está no cargo de diretora como comissionada. Em fevereiro, o Metrópoles mostrou que, durante o ano de 2018, ela fez ao menos 12 viagens bancadas pela Casa, totalizando mais de R$ 75 mil em gastos com dinheiro público. A funcionária esteve em Israel, Nova York (EUA) e Alemanha, em missões descritas como oficiais. Além disso, a executiva visitou sua cidade natal, Porto Alegre (RS), quatro vezes – seriam cinco, mas o quinto voo ela preferiu cancelar.

O site também vem mostrando, em série de reportagens, as regalias oferecidas pelo Senado. No fim de 2018, em um ato assinado pela Comissão Diretora, a Casa autorizou que parlamentares e servidores do alto escalão possam viajar para o exterior em classe executiva. Ilana Trombka é uma das beneficiadas pela norma e iria a Massachusetts, nos Estados Unidos, com esse upgrade no voo. No entanto, ela voltou atrás após a reportagem do Metrópoles contar essa história.
Fonte: Metrópoles

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Últimas Notícias

Screenshot_20241208_210649_WhatsApp
Luto - David Barroso de Souza
Screenshot_20241010_083144_WhatsApp
Nesta sexta-feira, café da manhã no Sinpfetro
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
Screenshot_20240916_193205_Gallery
Luto - Mauro Gomes de Souza
Screenshot_20240804_200038_Facebook
BEE GEES E O BULLYING - Jair Queiroz
Screenshot_20240730_075200_WhatsApp
Nota de pesar - OLINDINA FERNANDES SALDANHA DOS SANTOS
Screenshot_20240718_121050_WhatsApp
Luto - Adalberto Mendanha
Screenshot_20240714_160605_Chrome
Luto - Morre Dalton di Franco
Screenshot_20240702_125103_WhatsApp
Luto - Cleuza Arruda Ruas
Screenshot_20240702_102327_WhatsApp
Corpo de Bombeiros conduz o corpo do Colega Jesse Bittencourt até o cemitério.

Últimas do Acervo

Screenshot_20250114_065730_Chrome
Quatro anos do falecimento do colega José Rodrigues Sicsu
Screenshot_20250111_050851_Gallery
Dois anos do falecimento do colega Dativo Francisco França Filho
Screenshot_20250103_061531_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega José Jorio Ismael da Costa
Screenshot_20250102_064454_Chrome
Um ano do falecimento do colega André Luiz Otto Barbosa
Screenshot_20241227_055417_Gallery
Um ano do falecimento de João Lins Dutra
Screenshot_20241020_205838_Chrome
Dez anos do falecimento do colega, Henry Antony Rodrigues
Screenshot_20241015_190715_Chrome
Oito anos do falecimento do colega Apolônio Silva
Screenshot_20241005_173252_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega Paulo Alves Carneiro
Screenshot_20240929_074431_WhatsApp
27 anos do falecimento do José Neron Tiburtino Miranda
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu

Conte sua história

20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
Sem título
Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular
cacoal
Cacoal nas eleições de 1978 - João Paulo das Virgens