Anderson Riedel:
Presidente em exercício do País, Michel Temer disse a empresários nesta sexta-feira, 25, que a aprovação da recriação da CPMF pelo Congresso Nacional será “difícil”; presidente Dilma Rousseff pretende arrecadar R$ 32 bilhões com o chamado imposto do cheque como parte do esforço para reequilibrar as contas do governo; um dia depois de aparecer no programa de rádio e TV do PMDB, o mais agressivo ao governo até hoje, Michel Temer minimizou os riscos de impeachment da presidente, apontando que o Brasil não vive uma crise institucional, que daria fôlego a uma iniciativa deste tipo
SÃO PAULO (Reuters) – O vice-presidente Michel Temer disse a empresários nesta sexta-feira que a aprovação da recriação da CPMF pelo Congresso Nacional é difícil e minimizou o risco de a presidente Dilma Rousseff sofrer um processo de impeachment, afirmou uma fonte presente no encontro.
Temer almoçou nesta sexta-feira com empresários do setor varejista que compõem o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) e no encontro defendeu ainda algumas das medidas econômicas anunciadas pelo governo Dilma, argumentando que vão melhorar a situação econômica irá melhorar.
Temer saiu do encontro sem falar com os jornalistas, mas de acordo com a fonte, que pediu para não ter seu nome revelado, o vice reconheceu que será difícil a recriação da CPMF, com a qual o governo pretende arrecadar 32 bilhões de reais em meio aos esforços de reequilibrar suas contas, ser aprovada no Congresso.
Ao responder a uma pergunta de um dos empresários, Temer minimizou os riscos de impeachment da presidente, apontando que o Brasil não vive uma crise institucional, que daria fôlego a uma iniciativa deste tipo.
Após o encontro, o presidente das Lojas Renner, José Galló, que também é um dos conselheiros do IDV, afirmou que o encontro serviu para que os empresários manifestassem sua preocupação com a crise vivida atualmente pelo país e para apontar a Temer a necessidade de o setor político colaborar na superação das dificuldades.
“Acho que 60, 70 por cento da crise econômica se dá por esta situação política que gera insegurança, que gera falta de confiança, principalmente no empresariado”, disse.
“Não tem outro jeito de sair dessa se nós, os empresários, não levarmos aos políticos como o Brasil está e que rapidamente temos que tomar algumas medidas para destravar a economia”, afirmou, acrescentando que Temer concordou com a avaliação feita pelos varejistas.
Galló não detalhou quais seriam essas medidas para destravar a economia, limitando-se apenas a dizer que, a partir da conversa com Temer, o setor irá discutir “três ou quatro coisas que podem ser feitas rapidamente e que deem aos empresários a vidão de que as coisas estão mudando”.