Trégua de Carnaval chega para aliviar caos político

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Estavam todos precisando; sob pressão, presidente Dilma Rousseff teve até de ouvir falar em impeachment, cuja fofoca começou com o ex-presidente Fernando Henrique; para recuperar espaço, ex-presidente Lula admitiu ser candidato a candidato em 2018; presidente da Câmara, Eduardo Cunha, obteve diversas vitórias, mas foi chamado de impetuoso por seu próprio partido, o PMDB, que lhe requer moderação; pró-governo, presidente do Senado, Renan Calheiros, sofreu aperto de centrais sindicais para barrar ajuste do ministro Joaquim Levy; em São Paulo, governador Geraldo Alckmin e prefeito Fernando Haddad perderam popularidade; agora, porém, estresse geral entra em recesso de Carnaval; Ufa!
247 – Poucas vezes o Carnaval foi tão bem vindo para os políticos, tanto governistas como oposicionistas. A começar da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta desde sua reeleição uma forte pressão multilateral, todos os principais personagens da cena nacional estavam mesmo precisando de uma trégua que congelasse suas diferenças. Nem que esse espaço de paz armada seja apenas o dos quatro dias de folia, quando o País deve se desligar de sua agenda de crise sobre crise para tentar se divertir no meio da rua.

A paradinha do Carnaval é especialmente positiva para Dilma. Durante a semana, ele se encontrou com Lula e, em seguida, com seu marqueteiro João Santana, em busca de conselhos para retomar a iniciativa. Escaldada pelos efeitos dos escândalos da operação Lava Jato, a presidente fechou-se com seu núcleo duro e chegou a passar a mensagem de que havia recuado frente às primeiras dificuldades de seu iniciante segundo mandato.

Houve espaço até mesmo para a circulação de fofocas sobre a articulação de um impeachment, iniciadas com um pedido de parecer sobre o tema, pelo ex-presidente Fernando Henrique, ao jurista Ives Gandra Martins. Em meio a esse burburinho, divulgação da pesquisa Datafolha com uma queda de 19 pontos percentuais na popularidade dela apenas agravou a fase de baixo astral no Palácio do Planalto.

Dilma conseguiu chegar às portas do Carnaval, porém, saboreando altas de 10% nas ações da Petrobras. Foi um sinal do mercado de que a escolha de Aldemir Bendine, ex-Banco do Brasil, para a presidência da Petrobras começou a ser melhor assimilada. De resto, a presidente ganhou uma folga para assimilar o que ouviu de seus velhos conselheiros. O Carnaval será bom para ela pensar em seus próximos passos.

Também será bom para Lula, que entrou em cena, na última semana, deixando claro aos caciques do PT que pretende ser candidato a presidente em 2018. Em baixa com Dilma, ele voltou a ocupar espaço diante da elevação da pressão sobre ela – e terá até a Quarta-feira de Cinzas para avaliar o que pode fazer para ir colocando, ao longo dos próximos anos, seu bloco na rua outra vez.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é outro com bons motivos para saudar a chegada do Carnaval. Seu plano de ajuste nas contas públicas foi bombardeado fortemente no Congresso, que até aprovou a obrigatoriedade do Tesouro de financiar integralmente as emendas de parlamentares ao Orçamento da União. Ao mesmo tempo, o ministro foi alvo de disparos feitos pelas centrais sindicais, revoltadas com sua iniciativa de cortar benefícios trabalhistas. A pausa momesca sem dúvida será útil para Levy formular suas alternativas.

No Congresso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, obteve importantes vitórias após sua posse. Uma delas foi a de aprovar o chamamento, um a um, de todos os 39 ministros para darem explicações aos parlamentares sobre suas atividades. Com sonhos de vir a disputar o governo do Rio de Janeiro em 2018, Cunha poderá curtir a festa em sua terra natal, recarregando baterias para suas próximas batalhas.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, que tentava passar despercebido, foi chamado a se opor ao governo, do qual é aliado, pelas centrais sindicais – e os quatro dias de farra nacional lhe serão úteis para que volte a se afastar da cena principal, como ele mesmo vinha procurando fazer.

No maior Estado e da maior cidade do País, o governador tucano, Geraldo Alckmin, e o prefeito petista, Fernando Haddad, caíram fortemente em popularidade. O primeiro enfrenta uma dura crise de falta d‘água, enquanto o segundo vai pelejando pela implantação de ciclofaixas que têm despertado muitas reações em contrário. Parar para celebrar desfiles e momentos de festa será muito bom para ambos.

Assim é que todos, a princípio, saem ganhando com a interrupção. Na próxima semana, afinal, com apenas dois dias úteis para trabalhar, o muito mais provável é que os políticos do Congresso façam gazeta e as crises do diz-que-diz só retornem na outra semana. Ufa!

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