Centrais sindicais protestarão contra mudanças em benefícios

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As seis maiores centrais sindicais do País promoverão, na quarta-feira 28, uma manifestação para pedir a revogação das medidas provisórias 664 e 665 que alteram regras sobre pensão, auxílio-doença e seguro-desemprego; o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, acha que as medidas prejudicarão não somente os trabalhadores, mas a economia do País; o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, destaca que é preciso resgatar um compromisso de campanha da presidente Dilma; “O pacote anunciado dia 30 de dezembro restringe a produção, o crédito, aumenta juros. E o pacote dos direitos sociais afeta a aposentadoria e o seguro-desemprego, o que é inaceitável”
Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil

As seis maiores centrais sindicais do país promoverão quarta-feira (28) uma manifestação para pedir a revogação das medidas provisórias (MP) 664 e 665, anunciadas no fim do ano passado. As duas medidas alteram regras sobre pensão, auxílio-doença e seguro-desemprego.

Durante o ato, que começará no Museu de Arte de São Paulo, na Avenida Paulista, e seguirá em passeata, os representantes das centrais farão duas paradas (uma no prédio do Ministério da Fazenda e outra na Petrobras) para entregar um documento expressando a insatisfação dos trabalhadores.

De acordo com o secretário de Organização e Políticas Sindicais da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Francisco Pereira de Souza, o objetivo é discutir a defesa dos direitos e o emprego dos trabalhadores, porque, na avaliação das seis centrais sindicais, as medidas do governo vão causar prejuízos importantes para a sociedade.

“Nossa mobilização é também em função de um certo descontentamento, porque estivemos com o governo em algumas ocasiões, e a nós foi dito que os trabalhadores não teriam nenhuma surpresa, e que não haveria mudança em seus direitos. Mas fomos surpreendidos. Não concordamos com elas [medidas provisórias], nem com a forma como foram anunciadas. Vamos propor que o governo reveja as medidas”, disse o sindicalista.

Para o representante da Nova Central Sindical (NCTS), Luiz Gonçalves, é preciso que o governo não apenas minimize os efeitos das MPs para os trabalhadores, mas também atender às reivindicações feitas há muito tempo. “São documentos que estão protocolados desde o momento da campanha eleitoral.”

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, acha que as medidas prejudicarão, não somente os trabalhadores, mas a economia do país. “Quanto mais renda e consumo, mais a indústria trabalha e há geração de empregos. Queremos dar uma resposta ao governo de que as MPs prejudicam o desenvolvimento do país. Faremos o possível para que o governo modifique as propostas.”

O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, destaca que é preciso resgatar um compromisso de campanha da presidenta Dilma Rousseff. Ela disse que não faria ajustes na produção industrial ou nos direitos trabalhistas. Para Nobre, as medidas empurrarão o país para uma crise econômica.

“O pacote anunciado dia 30 de dezembro restringe a produção, o crédito, aumenta juros. E o pacote dos direitos sociais afeta a aposentadoria e o seguro-desemprego, o que é inaceitável. Hoje um trabalhador que se aposenta sofre o redutor do fator previdenciário, e agora, além disso, quando ele falece, há um novo redutor sobre a pensão.”

O secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, explicou que o protesto é preparatório para uma grande manifestação no dia 26 de fevereiro. “Não vamos aceitar calados que se estabeleça uma política econômica que vai levar o país a uma paralisação. As MPs são restritivas e a consequência é a demissão [de trabalhadores].”

O presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Álvaro Egea, ressaltou que não é possível o Brasil continuar no caminho do desenvolvimento e valorização do emprego com a política anunciada pelo governo. “O governo foi capturado pela política derrotada nas urnas. É uma contradição muito grande. Não só os trabalhadores, mas há setores do governo e empresários que também discordam. Não vamos aceitar que, para recuperar a economia, coloque-se em primeiro lugar o interesse do capital financeiro”, afirmou.

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