Procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, detalhou em coletiva de imprensa 22 novas denúncias do Ministério Público na 14ª fase da investigação; em sua fala, ele mirou principalmente a Odebrecht, presidida por Marcelo Odebrecht, e a Andrade Gutierrez, presidida por Otávio Azevedo; os dois estão presos e foram denunciados nesta sexta por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa; o MPF busca em ressarcimento R$ 6,7 bilhões da Odebrecht e R$ 486 milhões da Andrade; Deltan afirmou que “ninguém está acima da lei” e alfinetou a Odebrecht e as notas divulgadas pela empresa: “Nós nos aproximamos da verdade por meio de provas e documentos, e não por meio de notas à imprensa”; segundo ele, “o sonho do Ministério Público é que todos sejam tratados de forma igual perante à lei. A Lava Jato é o suspiro de esperança”
Paraná 247 – O procurador do Ministério Público Federal Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, detalhou, em coletiva de imprensa concedida nesta sexta-feira, 22 novas denúncias referentes à 14ª fase da investigação.
Em sua explicação, ele mirou principalmente a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, cujos presidentes, Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, estão presos desde junho. Os dois foram denunciados hoje por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Segundo ele, o MPF estima em R$ 1 bilhão as propinas da Odebrecht. O órgão busca R$ 6,7 bilhões em ressarcimento da Odebrecht e R$ 486 milhões da Andrade Gutierrez. Segundo o procurador, a Lava Jato já restituiu R$ 870 milhões aos cofres públicos até o momento.
Deltan voltou a mencionar, como em outras ocasiões, que tratam-se de cifras históricas e um caso chocante de corrupção.
Ele alfinetou a Odebrecht ao dizer que as notas divulgadas pela empresa à imprensa, negando envolvimento nas acusações, não condizem com os fatos.
“Nós nos aproximamos da verdade por meio de provas e documentos, e não por meio de notas à imprensa”, disse, lembrando que as informações concedidas pela empreiteira não condizem com documentos enviados da Suíça. “Não existe espaço na investigação para teorias da conspiração”, acrescentou.
Ele concluiu seu discurso dizendo que o Ministério Público Federal tem um sonho, que é compartilhado com a sociedade brasileira. “O sonho de que todos sejam tratados de forma igual perante à lei. A Lava Jato é o suspiro de esperança”, afirmou. “Ninguém está acima da lei”, ressaltou.
Abaixo, reportagem da Agência Brasil a respeito:
MPF denuncia investigados ligados à Odebrecht e à Andrade Gutierrez
Andre Richter – O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia hoje (24) à Justiça Federal em Curitiba contra os presidentes das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez e ex-executivos ligados às empresas, pelos crimes de organização criminosa corrupção e lavagem de dinheiro cometidos em contratos da Petrobras, de acordo com investigações da Operação Lava Jato. Ao todo, foram denunciadas 22 pessoas.
Pela Odebrecht, foram denunciados o presidente da empresa, Marcelo Bahia Odebrecht, e os executivos Márcio Faria da Silva, Cesar Ramos Rocha e Alexandrino de Salles de Alencar. Ligados à Andrade Gutierrez, foram denunciados o presidente da empresa, Otávio Marques de Azevedo, os executivos Rogério Nora de Sá, Elton Negrão de Azevedo Júnior, Paulo Roberto Dalmazzo, Flávio Magalhães e Antônio Pedro Campello. Além dos executivos, também foram denunciados Celso Araripe, ex-funcionário da Petrobras, e outros operadores que auxiliaram na lavagem de dinheiro.
Durante a entrevista à imprensa, o procurador responsável pela força-tarefa de investigação da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, destacou que a apuração é um “momento histórico” no combate à corrupção e que a “impunidade foi rompida” no país. De acordo com o procurador, a investigação já conseguiu recuperar R$ 870 milhões, cujos valores desviados da Petrobras trouxeram “cicatrizes para a saúde e para a educação”. “Por mais poderosos que sejam seus autores [dos crimes], ninguém esta acima da lei”, disse.
Em junho, os executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez foram presos na décima quarta fase da Lava Jato, chamada Erga Omnes, uma expressão usada no meio jurídico para indicar que os efeitos de algum ato ou lei atingem todos os indivíduos.
Nesta sexta-feira, a Justiça Federal no Paraná decretou nova prisão preventiva do presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e de mais quatro diretores da empresa.