PMDB cogita impor nova derrota a Dilma no IR

WhatsApp
Facebook
Twitter

Fernando Bezerra Junior

Fernando Bezerra Junior
Josias de Souza
Impopular e politicamente desarticulada, Dilma Rousseff faz lembrar o rei shakespeariano Ricardo III. Trata-se daquele soberano que, vendo-se a pé e cercado por inimigos, gritou: “Meu reino por um cavalo!” Sitiada no Congresso, Dilma II ajusta o apelo às suas necessidades: “Qualquer coisa por um reino!” E descobre o quanto um PMDB contrariado pode ser cruel.

“O Congresso tem a obrigação de derrubar o veto de Dilma à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda”, afirmou o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Outro deputado, Danilo Forte (PMDB-CE), indagou: “Por que os trabalhadores têm que pagar novamente a conta do ajuste fiscal? Atualizar a tabela do Imposto de Renda sem repor a inflação significa tirar dinheiro do bolso de quem vive de salário. Não podemos concordar.”

Nesta sexta-feira (20), Dilma reafirmou que proporá ao Congresso um reajuste da tabela do IR abaixo da inflação: apenas 4,5%, contra uma taxa inflacionária de 6,41% em 2014. Conforme já noticiado aqui, o Congresso ameaça derrubar o veto de Dilma ao reajuste de 6,5% que deputados e senadores haviam aprovado em dezembro. “Não cabe no Orçamento”, vociferou Dilma.

“Não foi o Congresso que colocou o país na crise, foi o governo”, dá de ombros Lúcio Vieira Lima. “Não adianta dizer que a crise é mundial. O governo tinha de fazer a parte dele. Deveria ter reduzido o seu déficit, por exemplo. Não pode agora jogar a conta toda no colo da sociedade. Não com a nossa ajuda. O PMDB tem de capitanear a derrubada desse veto.”

Danilo Forte endossa o companheiro de legenda: “Enquanto o governo não der o exemplo, não tem moral para exigir sacrifícios à sociedade. Dilma precisa extinguir uns dez ministérios e acabar com pelo menos 5 mil cargos comissionados. Com isso, ela recuperaria a credibilidade. Dizem que ela quer voltar para as ruas. Antes, precisa mostrar o que pretende fazer. Do contrário, será vaiada.”

Lúcio e Danilo integram a ala do PMDB que se autoproclama independente. Cavalgando esse núcleo, Eduardo Cunha alistou a infantaria parlamentar que o conduziu à presidência da Câmara. Em reunião marcada para a manhã de terça-feira (24), a bancada de deputado do PMDB decidirá até que ponto deseja exercitar sua independência em relação ao governo.

Na noite da véspera, o vice-presidente Michel Temer, oferecerá um jantar para o ministro Joaquim Levy (Fazenda). Fará isso por iniciativa própria, não como parte da estratégia política do Planalto. Sob bombardeio do petismo, o ex-diretor do Bradesco e ex-eleitor do tucano Aécio Neves dividirá a mesa com o anfitrião e outras quatro lideranças do PMDB: os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (AL) e Eduardo Cunha (RJ); e os líderes nas duas Casas, senador Eunício Oliveira (CE) e deputado Leonardo Picciani (RJ).

Espera-se que Levy ofereça argumentos capazes de convencer a cúpula do PMDB da inevitabilidade da aprovação de duas medidas provisórias que as centrais sindicais consideram tóxicas: a 664 e a 665. Juntas, dificultam o acesso dos trabalhadores ao seguro desemprego, ao abono salarial, à pensão por morte e ao auxílio doença. Estima-se que resultarão numa economia de R$ 18 bilhões. Quanto ao reajuste da tabela do Imposto de Renda, os dirigentes do PMDB receiam que talvez seja tarde para reverter a aversão aos 4,5% propostos por Dilma. Na hipótese de prevalecer a taxa de 6,5%, o custo será de R$ 7 bilhões.

Lúcio Vieira Lima esgrime um motivo adicional para derrubar o veto de Dilma. Recorda que o PMDB e outros partidos governistas foram tachados de chantagistas quando votaram favoravelmente à emenda que reajustava a tabela do IR em 6,5% —uma proposta de autoria do líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).

“Dizia-se na imprensa que só ajudamos a aprovar para pressionar por cargos na reforma ministerial e no segundo escalão. Se não derrubarmos o veto, restituindo os 6,5%, vamos validar esse raciocínio. O Congresso acaba passando a impressão de que fez uma chantagem.”

De resto, Lúcio declarou que é hora de o PMDB olhar para as ruas, não para os palácios. “Percebo que há no partido uma consciência maior sobre a necessidade de modificar o modo de fazer política. O papel que a Opinião Pública exerce sobre os mandatos dos parlamentares é cada vez maior. Não dá para ficar dando de ombros para a população”, disse Lúcio.

“Hoje, o sentimento que a gente recolhe nas ruas é de insatisfação com o governo e do PT‘‘, acrescenta Danilo Forte. “O grande capital do PMDB pode ser sua independência. O partido está inclusive celebrando essa linha no programa que irá exibir em rede nacional na quinta-feira da semana que vem. Em inserções de apresentação, o Michel Temer afirma que, sempre que tiver de optar, o PMDB sempre vai ficar do lado do Brasil. Mais claro do que isso é impossível.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Últimas Notícias

Screenshot_20241010_083144_WhatsApp
Nesta sexta-feira, café da manhã no Sinpfetro
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
Screenshot_20240916_193205_Gallery
Luto - Mauro Gomes de Souza
Screenshot_20240804_200038_Facebook
BEE GEES E O BULLYING - Jair Queiroz
Screenshot_20240730_075200_WhatsApp
Nota de pesar - OLINDINA FERNANDES SALDANHA DOS SANTOS
Screenshot_20240718_121050_WhatsApp
Luto - Adalberto Mendanha
Screenshot_20240714_160605_Chrome
Luto - Morre Dalton di Franco
Screenshot_20240702_125103_WhatsApp
Luto - Cleuza Arruda Ruas
Screenshot_20240702_102327_WhatsApp
Corpo de Bombeiros conduz o corpo do Colega Jesse Bittencourt até o cemitério.
Screenshot_20240701_163703_WhatsApp
Luto - Jesse Mendonça Bitencourt

Últimas do Acervo

Screenshot_20241020_205838_Chrome
Dez anos do falecimento do colega, Henry Antony Rodrigues
Screenshot_20241015_190715_Chrome
Oito anos do falecimento do colega Apolônio Silva
Screenshot_20241005_173252_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega Paulo Alves Carneiro
Screenshot_20240929_074431_WhatsApp
27 anos do falecimento do José Neron Tiburtino Miranda
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
07-fotor-202407269230
Vário modelos de Viaturas usadas em serviço pela PC RO
Screenshot_20240831_190912_Chrome
Dois anos da morte do colega Aldene Vieira da Silva
Screenshot_20240831_065747_WhatsApp
Quatro anos da morte do colega Raimundo Nonato Santos de Araújo
Screenshot_20240827_083723_Chrome
Quatro anos da morte do colega Altamir Lopes Noé
Screenshot_20240811_181903_WhatsApp
Cinco anos do falecimento do colega Josmar Câmara Feitosa

Conte sua história

20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
Sem título
Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular
cacoal
Cacoal nas eleições de 1978 - João Paulo das Virgens