Anderson Riedel:
Em reunião com deputados do PMDB que defendem o rompimento com o governo e a retirada da presidente Dilma Rousseff do cargo, o vice Michel Temer avaliou que o impeachment “absolutamente perdeu relevância” no debate político; segundo o deputado, Osmar Terra (RS), Temer já “trabalha com a ideia de que não vai ter impeachment”; outro peemedebista pró-impeachment, o deputado Lúcio Vieira Lima (BA) já trabalha com a possibilidade de o julgamento do impeachment no Congresso só acabar em 2017; discussão sobre o rompimento do PMDB com o governo Dilma durante a convenção nacional do partido, prevista para março, também vem perdendo força
247 – O vice-presidente Michel Temer (PMDB) admitiu nesta quarta-feira, 6, que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff perdeu força, principalmente após a decisão do Supremo Tribunal Federal, que barrou o rito do processo estabelecido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Em reunião com deputados do PMDB que defendem o rompimento com o governo e a saída de Dilma, Temer avaliou que o impeachment “absolutamente perdeu relevância” no debate político, após a decisão do STF favorável ao Planalto, ao menos no curto prazo. Outro ponto destacado pelo vice na reunião é que decisão de Cunha, de pedir esclarecimentos ao STF sobre o julgamento, deve retardar a análise do processo no Congresso Nacional. Esse atraso pode contribuir ainda mais para o enfraquecimento do processo de afastamento de Dilma.
Segundo o deputado da ala pró-impeachment do PMDB, Osmar Terra (RS), Temer já “trabalha com a ideia de que não vai ter impeachment”. “Ele avaliou duas vezes que não vai ter impeachment. Pelo menos este ano ele acha que não vai”, afirmou Terra, que tomou café com o vice-presidente e os deputados Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Lelo Coimbra (PMDB-ES), ambos também da ala contrária ao governo Dilma.
Outro peemedebista da ala pró-impeachment, o deputado Lúcio Vieira Lima (BA) comenta que parte do grupo contrário ao governo já trabalha com a possibilidade de o julgamento do impeachment no Congresso só acabar em 2017. “Com esses embargos, a votação na Câmara deve ficar lá para maio ou junho deste ano. No segundo semestre, tem eleições municipais e depois, acabou o ano”, diz.
A discussão sobre o rompimento do PMDB com o governo Dilma durante a convenção nacional do partido, prevista para março, também vem perdendo força, diz um interlocutor frequente de Temer.